Os templos da arte moderna

Começou esta semana no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo a exposição "Marcel Duchamp: Uma Obra que Não É uma Obra 'de Arte'". É a primeira vez que uma mostra dessa magnitude desse artista vem para a América Latina. São 120 peças, entre originais e réplicas. A exposição comemora os 60 anos do MAM.
Havia recentemente uma exposição de Duchamp na Tate Modern, em Londres. Era uma das mostras temporárias dentro do museu - o que significa dizer que pagava-se à parte por ela. Duchamp é um ícone do movimento que representa. O que numa época se considera arte moderna ou contemporânea, via de regra teve raiz numa tentativa de romper paradigmas, na ruptura. E toda ruptura é dolorosa. Com Duchamp não foi diferente. O artista enfrentou resistência - e o tempo encarregou de dar-lhe um lugar devido na história.
Mas não é exatamente sobre Duchamp que quero falar. A exposição em São Paulo apenas me remeteu ao prazer de visitar museus de arte moderna. São meus favoritos. Antes que alguém não compreenda (porque o ser humano é excludente, movido a binômios, sim ou não, preto ou branco, certo ou errado...), afirmar que gosto mais de museus de arte moderna não significa dizer que não goste de todos os demais. É impossível não se encantar pelo Louvre, pelo Museu do Imigrante, da Língua Portuguesa, de História Natural, enfim...
Os museus de arte moderna, porém, são divertidos. Coloridos, chocantes, desafiadores, malucos (sim, é preciso ter uma boa dose de loucura para imaginar - e entender - muitas das obras). Gosto de brincar entre as peças, colocar-me no meio delas, fazer fotos. Como são divertidos os museus de arte moderna!
Portanto, tendo a oportunidade, não deixe de ir ao MoMA, em Nova York; à Tate, em Londres, ao Centro George Pompidou, em Paris; ao MAM, em São Paulo. Você poderá até estranhar, mas não há como ficar indiferente.

PS: foi na Tate, em Londres, que vi a presença mais direta do Brasil em grandes museus internacionais de arte. Havia duas salas de artistas brasileiros. O mais conhecido deles é Hélio Oiticica (1937-80), pintor, escultor e artista plástico carioca (é dele a peça que ilustra esta postagem). Para mais informações, clique aqui.

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