Mais museus, por Cristiano Persona

Seguindo nas consultas a colegas sobre suas impressões a respeito de museus pelo mundo, quem dá as dicas agora é o publicitário Cristiano Persona. Ele diz que as dicas são "honestas e dadas por alguém que não entende muito nem de turismo nem de arte. São apenas impressões". E alerta: "O importante para todos os museus é entrar no clima e buscar o que de mais legal cada um oferece. É certeza de diversão".

* Museu do Louvre (Paris) - Indispensável. Só a fachada e o clima que o envolve já valeriam a pena. Mas ele é muito mais. Traz coleções de quadros, esculturas, cerâmica, Egito, Babilônia, etc, que acredito que não encontramos em nenhum outro lugar do mundo. Minha dica é chegar cedo e ir direto para Monalisa, Vénus de Milo e Vitória de Samotrácia. Imperdíveis! Se puder, visite em dois ou três dias.

* British Museum (Londres) - Estive por lá na mesma viagem em que estive em outros 14 museus! Foram 18 dias de pura cultura na Europa. O British ficou "ensanduichado" entre o Metropolitan (Nova York), visto cerca de cinco meses antes, e o Louvre (Paris), visto cerca de uma semana depois. Os três trazem o mesmo conceito, porém, com estilos diferentes. Apesar de ser impossível de não admitir que, dos três, o British é o menos imponente, não perderia uma visita a ele por nada. Vale muito a pena, pois acho que dos três ele é o que traz o melhor panorama mundial. Você se sente circulando entre todas as regiões do mundo, inclusive América do Sul. Além disso, quem não gostaria de ver a Pedra de Roseta, os frisos do Partenon de Atenas ou os mármores de Elgin? Reserve tempo para ele, é preciso!

- Museu do Prado (Madri) - Fui com aquela "frase" que costumamos ouvir a respeito desse museu: "é cansativo". Posso ser sincero? Não é! Claro que a coleção de quadros chega a cansar. Depois de um tempo é impossível não ter aquela sensação de "mais um quadro de realeza?!" ou ainda "mais um quadro de religião?!". Mas o cansaço acaba diante de uma das mais impressionantes obras que já vi: “As meninas” (nome original: "La Família de Felipe IV"), do pintor espanhol Diego Velasquez. A tela é imensa e tem uma luminosidade que é impossível de descrever. Não vou mais falar dele, visite.

- Rijksmuseum (Amsterdã) - Não me sinto à vontade para escrever. Estive lá com ele em reforma e pude ver apenas algumas poucas alas abertas. Sei que é fantástico, pois traz a "Ronda Noturna", de Rembrandt, que tem uma história muito legal! Além de lindo, o quadro já foi "atacado" duas vezes!

- MoMA (Nova York) - Antes de visitar o MoMA, meu contato com museus era muito pequeno. Ele inaugurou um capítulo à parte na minha vida de "amante de arte". Gosto particularmente dos museus que trazem obras da metade do século 19 para cá. Esse museu é um passeio. Pelo belo, pelo provocador, pelo novo. Impossível não querer tirar uma foto em frente de um Monet ou fazer uma cara de "paisagem" em frente a um pós-modernista. O museu é democrático. O mundo circula por lá. Cada sala reserva uma surpresa. O prédio é surpreendente. Esse museu não é cansativo. É uma espécie de “museu shopping center”! FANTÁSTICO!

- Tate Modern (Londres) - Está na mesma categoria do MoMA, porém, sua coleção é menos impressionante. Não que seja desinteressante, a Tate é linda! O que a diferenciou para mim foi a presença de artistas brasileiros. Uma sala com uma montagem interessante sobre carnaval estava por lá. No saguão, alguns "brinquedos" interativos valem a pena. A arquitetura é uma obra à parte e a ponte construída para ligá-la ao outro lado do Tâmisa é maravilhosa. Depois de alguns dias vendo prédios, museus, monumentos e igrejas antigas, a Tate é um refresco em Londres!

- Museu de Van Gogh (Amsterdã) - Este é coisa de louco! É muito Van Gogh! E Van Gogh é muito lindo! Não existe pintor no mundo, na minha opinião, que consiga o efeito que ele conseguiu em suas telas. Tive uma passagem interessante nesse museu. Dias antes estive em Londres visitando a National Gallery, que traz a “obra da minha vida” até agora - “Os girassóis”, de Van Gogh. Quando cheguei ao museu dele em Amsterdã não esperava encontrar “Os Girassóis” por lá. E não é que ele estava! Na verdade, Van Gogh pintou alguns "Girassóis" para decorar o quarto de Degas no período em que moraram juntos. Quando Degas foi embora, pediu os quadros. Van Gogh os entregou, mas repintou outros, pois havia gostado muito do trabalho. Dessa forma, há alguns "Girassóis" espalhados pelo mundo! Sorte a nossa. Esse museu é um dos Top 5.

- Museu D´Orsay (Paris) – Dá até um pouco de medo de dizer o que vou dizer agora, mas o D´Orsay é mais legal que o Louvre. Esse museu, além de lindo em sua arquitetura, traz uma coleção de quadros dos mais conhecidos do mundo. Todos do final do século 19 ou início do 20. Chegue com tempo e suba direto para o último andar. Aprecie tudo com calma, desça devagar. Deguste as obras. Tome um expresso antes de sair. E tenha a maior vontade de “quero mais” de todos os museus da Europa!

- National Gallery (Londres) – Ir para Londres e não visitar a National Gallery é ir para Roma e não ver o papa. Primeiro porque ela está na Trafalgar Square, uma das praças mais conhecidas e legais da Europa. Segundo porque ela abriga uma coleção de quadros de cair o queixo, fruto de uma monarquia rica e antiga. E terceiro porque é nesse museu que está “Os Girassóis”, de Van Gogh. Pelo menos um deles! O quadro faz você chorar. A cor salta da tela, invade a sala, faz você se sentir como uma formiga diante da beleza da obra. Até o momento, a “coisa” mais linda que eu já vi!

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