Quem gosta de automóvel e velocidade tem na Alemanha a sua
Disney World. Talvez nenhum outro país possa vangloriar-se de possuir como atração
as suas autobahns (a versão local das “highways” norte-americanas ou das nossas
rodovias). Poucos lugares no mundo são berço de marcas tão fascinantes do
mercado automobilístico, sinônimos de potência.
Apenas viver a experiência de passear por uma das famosas
autobahns, ainda que como passageiro, observando a ultrapassagem de carrões à esquerda,
vale a visita ao país. Experimentei isto numa viagem em 2005, relatada neste blog. Ainda que esteja a 160 km/h na faixa central, verá muitos
veículos voarem ao seu lado, como se você estivesse em baixa velocidade. Resultado:
a noção de tempo e espaço é significativamente influenciada – o que exige
atenção de quem dirige.
Melhor do que no banco de passageiros, porém, é estar ao
volante. Andar a 160 km/h nas autobahns alemãs é um exercício de geometria e
física. Ou uma aula de como construir uma rodovia. Mesmo que abandone a direção
(o que não se deve fazer, a não ser que você seja um turista e queira viver uma
experiência diferente por alguns segundos), o carro seguirá a trajetória de
modo seguro. Não há ondulações, ângulos indevidos de curvas, acúmulo de água, desníveis
mal programados, nenhum defeito. Mesmo que dirija sob forte chuva, estará
tranquilo.
E não é só a rodovia que chama a atenção. Na verdade, ela é
apenas o cenário, o meio, o instrumento, a passarela para que os assanhados carrões
alemães desfilem toda a sua elegância e principalmente potência. O país é sede
de marcas desejadas por 11 entre dez amantes de automobilismo, como
Mercedes-Benz e BMW.
Em Munique, a capital da Baviera, no sul da Alemanha, os
apaixonados por uma dessas marcas têm a oportunidade de conhecê-la mais de
perto. Lá funciona, ao lado do parque olímpico (a cidade sediou os Jogos de
1972), o Museu da BMW. Ocupando um prédio de traços futuristas (a arquitetura
contemporânea é marca de uma cidade que mistura à perfeição antigo e novo), ele
fica num complexo chamado BMW Welt. Inaugurado em 2007, o complexo abriga também
a sede principal da montadora. A arquitetura ousada não é à toa: busca
transmitir conceitos que a empresa quer associar aos seus produtos: inovação,
tecnologia e progresso.
Quando estive lá em 2012, o museu apresentava já do lado
externo, como degustação, três modelos cobiçados – o 320d, o 335i e o
ActiveHybrid 3.
Mais que um museu, o espaço é um amplo salão que serve para divulgar
a marca (não necessariamente do ponto de vista comercial, o que a BMW não
precisa, e sim institucional – é o que eu creio). O design tradicional da
montadora está presente em praticamente todos os carros: a parte frontal com
cara de bravo tipicamente alemã – desenho evidenciado no 640i.
Em modelos com cores que vão das neutras ao chamativo
vermelho, sucedem-se o M6 Coupé, o 330i, Z4 sDrive28i, 118 d, 320 d,
ActiveHybrid 5, entre outros. Há também modelos com estilo mais clássico, uma grata
exceção, além de SUVs, como o X1 xDrive20d. Até uma Romi Isetta, com o selo BMW, claro, está lá!
Um espaço nobre,
giratório, é reservado a um Rolls Royce, o Phantom (Drophead Coupé). Misturando branco e prata, o
veículo possui um ar nobre inexistente na marca alemã.
O legal do museu é que os visitantes podem tocar nos carros,
entrar, sentar, pegar no volante. Para a maioria dos mortais, que dificilmente
terão na garagem um desses veículos, trata-se de uma experiência única. Mesmo impedido
de sentir a potência do motor, já que os carros não podem sair dali, vale a
sensação única de estar em um BMW que custa alguns milhares (talvez milhões) de
reais.
Em tempo: quem desejar pode solicitar uma visita guiada. O
museu está ao lado do metrô Olympiazentrum. Para mais informações, acesse o site oficial.
PS 1: é possível que parte dos modelos citados tenha dado
lugar a outros, já que um dos objetivos do museu é apresentar os lançamentos da
marca e as tendências.
PS 2: o museu da Mercedes-Benz fica na cidade de Sttutgart.
* Texto escrito originalmente para o blog Insano.
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