Uma tradição
suíça fez escola mundo afora: a hotelaria. E nada melhor do que visitar um dos
mais requintados hotéis do país para conhecer a razão de tanto sucesso. Um
lugar que tem muita história para contar - e que continua fazendo história até
hoje.
Lições de
qualidade, pontualidade, limpeza, eficiência e calor humano são ensinadas em escolas
de hotelaria espalhadas por todo o país. Elas atraem alunos do mundo inteiro. Há
dois séculos, os suíços desenvolveram a arte de receber bem as pessoas. E se
tornaram os pais da hotelaria moderna.
Um dos
símbolos dessa escola é o centenário hotel Bellevue, na capital Berna. Aberto
em 1913, ele pertence a um grupo hoteleiro que vai completar 150 anos de
tradição em 2015.
Um dos mais famosos hotéis do país, o Bellevue foi palco de espionagens e conchavos políticos ao longo do último século. Durante a Primeira Guerra Mundial, por exemplo, o hotel manteve as portas abertas, mesmo servindo como quartel general do Exército. A história conta que espiões dos dois lados do conflito se encontravam nas dependências do Bellevue, diz o gerente suíço casado com uma portuguesa, Urs Bührer.
Um dos mais famosos hotéis do país, o Bellevue foi palco de espionagens e conchavos políticos ao longo do último século. Durante a Primeira Guerra Mundial, por exemplo, o hotel manteve as portas abertas, mesmo servindo como quartel general do Exército. A história conta que espiões dos dois lados do conflito se encontravam nas dependências do Bellevue, diz o gerente suíço casado com uma portuguesa, Urs Bührer.
Local de
tantas histórias nas últimas décadas, o Bellevue merecia parar em uma delas. Ele
aparece como cenário em um romance do escritor John Le Carré.
E ainda hoje o
hotel é palco de encontros importantes, mas não de espiões. O bar virou o local
preferido dos políticos. Costuma-se dizer que quando os parlamentares não
chegam a um consenso no plenário, é para lá que eles vão em busca de um acordo.
O Bellevue fica ao lado do Parlamento - a sede do Legislativo e do Executivo
suíço. Por isso, é como um hotel do estado. Recebe autoridades e sedia
recepções a chefes de Estado. São cerca de 2,2 mil eventos por ano, 1,2 mil clientes
por dia em todas as suas dependências.
Fotos e
autógrafos dos visitantes ilustres que passaram por lá enfeitam um dos salões. No
livro de hóspedes, dedicatórias de reis, rainhas e celebridades do mundo pop -
entre elas um brasileiro, o escritor Paulo Coelho.
Aos hóspedes e
visitantes, o Bellevue oferece a elegância de um hotel construído em plena Belle
Époque. Marca disso são os grandes corredores do primeiro andar, considerado
mais chique. No total, são 128 quartos, sendo 30 suítes. A suíte presidencial tem
160 metros quadrados, decorados com elegância em estilo clássico. Apesar do
requinte, nada parece exagerado - o conforto é essencial. Os vidros das janelas
são blindados por segurança, uma preocupação pouco comum na Suíça.
Se a beleza da
suíte chama a atenção, a paisagem de fora é espetacular. A ponte com arcos, a
água límpida do rio Aar, as árvores e a arquitetura típica da capital convidam
o hóspede a ficar simplesmente vendo o tempo passar...
Num hotel
desse nível, cada detalhe conta. As adegas refrigeradas abrigam um tesouro: são
600 mil francos suíços em bebidas, cerca de R$ 1,5 milhão. Da cozinha saem dois
milhões de canapés por ano. Aliás, este é um espaço disputadíssimo: desde 1865,
o grupo dono do Bellevue teve apenas sete chefs de cozinha. Ao todo, o hotel
possui 200 funcionários, treinados na melhor escola hoteleira do mundo.
E se a
hotelaria suíça é sinônimo de qualidade, as paisagens que os hotéis oferecem
completam o cardápio. Não só pelas janelas do Bellevue, mas também nos terraços
dos hotéis em Berna e Lucerna... Convites para uma hospedagem perfeita.* Texto original de reportagem feita para o programa "Matéria de Capa" (TV Cultura, dom., 19h30)
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